“Um dia, no fim de uma discussão (naquele momento em que os ânimos se acalmam e o próximo passo é pedir desculpas), você me disse que eu tinha que te amar.
Te respondi que não. Eu não tinha que te amar. Num primeiro momento, você ficou assustado e me olhou com uma cara de quem não estava entendendo nada.
Então, expliquei:
Eu não tenho que te amar. Nós não temos filhos, não temos posses, não temos nada que nos prenda um ao outro.
Você não tem que me amar.
Se algum dia um de nós acordar decidido a seguir outro caminho, então assim será.
E é por isso que eu aproveito cada momento que nós passamos juntos. Eu adoro começar a assistir a uma nova série com você. Adoro pedir o mesmo sabor de pizza todo fim de semana.
E não é por isso que eu vou deixar de fazer planos. Pelo contrário. Quero que você esteja ao meu lado em minha próxima viagem, na próxima comemoração de uma boa notícia… Consigo até escolher o sabor do nosso bolo de casamento. E adoro imaginar como vai ser a nossa casa. Cada cômodo, cada item de decoração e o que vamos cozinhar no nosso primeiro almoço de domingo em família.
Não, meu amor, eu não tenho que te amar. E essa é a melhor parte disso tudo. Porque quando nada nos prende, cada momento que passamos juntos é um presente.
Eu não tenho que te amar.
E te amo mesmo assim.”
3 Comentários
Perfeito!
😀
[…] E não, falar que tudo bem se nosso relacionamento acabar não é algo triste, não é algo que faz com que a gente perca a esperança no amor, nem nada. Pelo contrário: é libertador e faz com que a gente aproveite melhor o tempo juntos e respeite a vida individual de cada um. Inclusive, já escrevi um texto ilustrando isso e você pode ler aqui. […]