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A lista de supermercado da vida: se casar, comprar uma casa e concurso público

Uma dúzia de ovos, pote de Nutella, sabão em pó, casar e comprar um carro. Nada me chateia mais do que padrões sociais da vida moderna. Por que você não dirige? Como assim você ainda não casou? Estes são só exemplos de perguntas que nos fazem quase toda semana. Mas afinal, por que temos que seguir um padrão como se fosse uma lista de supermercado?

Vamos começar pelo carro.

Quase todo mundo se surpreende quando digo que tenho quase 30 anos (que serão completados no próximo mês) e nunca tive uma carteira de habilitação. Quer dizer que sou um eco xiita, que vive pelas ciclovias da cidade (não, eu nem sei andar de bicicleta também) e grita palavras de ordem contra o monopólio dos carros? Não, nem de perto. Adoro carros e adoraria dirigir um Mustang GT V8 ou um Jaguar F-Type pela cidade, mas eles nunca me fizeram falta. Poderia criar uma lista de motivos pelo qual nunca tive a necessidade de comprar um carro, mas o texto ficaria longo demais. Então vamos resumir a história e dizer que, quando quero andar de carro, chamo o Uber ou táxi. Vou jantar fora e quero beber um vinho? Eu posso. Também posso dizer bye bye para o vallet ou para a busca infinita por uma vaga no estacionamento. As vantagens são imensas e as desvantagens são irrelevantes na soma total.

Próximo item da lista… casamento.

Ah, o casório. Item obrigatório nas festas de família, principalmente quando você tem quase três décadas de vida. A minha vontade é, quando aquela tia que te vê duas vezes por ano pergunta “não vai casar?”, é perguntar qual é a pressa, já que ela não vai ser convidada.

// Pausa para o comentário de bastidores: Na primeira versão deste texto, a Andressa disse que eu estava muito passivo-agressivo. Pior que era verdade, acho que tinha acordado em um péssimo dia. Mas o item casamento é o único que mantive na íntegra. Então, partiu continuar a lista de supermercado da vida moderna.

O casamento é a união de duas pessoas. Veja bem, eu disse DUAS pessoas. Não é festa de casamento, não é quantos bem casados a tia levará para casa, é a união de duas pessoas e isso impacta na vida destas duas pessoas. Mas tem gente que não pensa, faz crediário, monta festa por status social e depois a realidade bate na porta. Sejamos sensatos, isso é um perigo para os jovens pombinhos e a saúde financeira do casal pode começar a lua de mel na UTI. Uma dica, se você não tem verba para fazer um casamento, vá aproveitar a vida com seu amor.

Pega a Nutella e 100g de… vida profissional.

Para alguns, o concurso público é uma saída. Já para outros, o melhor caminho para o sucesso profissional é o empreendedorismo. Não importa qual a sua escolha, desde que ela te faça feliz. Julgar a profissão alheia é algo que consegue acordar o meu Cthulhu interior (para quem não sabe, Cthulhu é uma entidade cósmica criada pelo escritor de terror H. P. Lovecraft). A pressão sobe, a paciência se esgota e eu perco meu espírito zen. E o motivo é simples, sou adepto de buscar realização profissional acima da recompensa financeira.

Dinheiro é bom? É, muito bom. Mas não é tudo nesta vida. Aliás, você só tem uma vida, porque precisa de tanto dinheiro se você terá apenas 20 horas por semana para gastar tudo?

Qual o objetivo deste texto, afinal?

Uma palavra resume o texto de hoje: Liberdade. Não viva conforme os padrões pré-definidos desta vida chata, ou você viverá uma coisa que não é você. Parece papo de hippie que vende pulseirinha na praia e se libertou das amarras do capitalismo imperialista, mas é verdade. Talvez neste momento, um carro não seja a sua maior necessidade ou o casamento não cabe no bolso, isso não quer dizer que no futuro deixará de comprar um carro ou fará um casamento bem bonito.

No último fim de semana, a Andressa me apresentou o youtuber Fernando Escarião e eu achei a história dele bem interessante. Ele é gay, mas até dois anos atrás não havia se assumido. No vídeo publicado em janeiro deste ano, ele faz uma comparação entre o Fernando de 2014 e o de 2016. Com muito bom humor, ele mostra como tentava viver uma vida diferente, mas que não era realmente dele.

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